Ferrovia 2020: 16% das obras ainda sem concurso
17/03/2022 15:35 - Transportes & Negócios

O Ferrovia 2020 tem 15% das obras concluídas e 16% a aguardar o lançamento do concurso, segundo Carlos Fernandes, vice-presidente da Infraestruturas de Portugal (IP).

Ferrovia 2020: 16% das obras ainda sem concurso

Os dados foram apresentados numa sessão de informação sobre os inveftimentos previstos para as infra-estruturas ferroviárias no Ferrovia 2020 e no PNI, organizada pela Plataforma Ferroviária Portuguesa, em parceria com a IP e a Plataforma Tecnológica Portuguesa da Construção.

Antes de fazer o ponto de situação do Ferrovia 2020, como que em jeito de aviso, ou justificação, Carlos Fernandes partilhou o cronogramas-tipo das fases de um empreendimento ferroviário, para concluir que, em média, entre a decisão do investimento e a sua entrada ao serviço decorrem cerca de sete anos.

No caso do Ferrovia 2020, herdeiro e sucessor do PET 3+, à data de hoje [anteontem], disse o responsável da IP, 15% das obras estão concluídas, 57% das obras estão em curso, 12 estão em fase de contratação e 16% aguardam ainda autorização para lançamento do concurso. De acordo com o cronograma apresentado antes, a autorização da despesa plurianual, a realização do concurso público e da obra propriamente dita pode ser coisa para mas ou menos três anos e meio.

Concluídos que estejam os investimentos previstos, enfatizou Carlos Fernandes,  85% da rede ferroviária nacional estará electrificada e 30% terá sinalização electrónica compatível com o ERTMS. No que toca ao transporte de mercadorias, afinal o grande beneficiário do Ferrovia 2020, disporá de mais capacidade nos principais corredores (entre +100% no Corredor Internacional Sul e +130% no Corredor Internacional Norte), com poupanças de custos (também pela possibilidade de realização de comboios de 750 metros) entre os 30% e os 50%.

Mesmo com o Ferrovia 2020 concluído, permanecerá o principal estrangulamento da rede, na Linha do Norte, que representa apenas 13% dos quilómetros mas concentra 44% dos comboios e 92% dos comboios de mercadorias, destacou Carlos Fernandes. Daí a aposta numa nova linha Porto – Lisboa, para tráfego de passageiros, a ser desenvolvida em fases até 2030, e que no final deverá reduzir o tempo de viagem entre as duas cidades, das actuais 2h48 para 1h15. Sendo que só a realização da primeira fase, entre o Porto e Soure, em 2028, permitirá uma poupança de 51 minutos.