Energia: operadores ferroviários pedem apoio
08/03/2022 12:33 - Transportes & Negócios

A subida dos preços da energia e dos combustíveis está a comprometer o transporte ferroviário de mercadorias, alerta a APEF.

Energia: operadores ferroviários pedem apoio

“A APEF – Associação Portuguesa de Empresas Ferroviárias enviou uma carta aos ministros das Infraestruturas e Habitação, da Economia e do Ambiente e da Transição Energética, manifestando a sua preocupação com a subida dos custos energéticos e combustíveis, alertando que a situação está a colocar em causa a competitividade da ferrovia e do transporte ferroviário de mercadorias em Portugal”, lê-se num comunicado enviado às Redacções.

Na carta enviada ao Governo, a APEF, que integra a Medway, Takargo e Captrain España (ex-Comsa Rail), diz esperar que as medidas de apoio às empresas, para fazer face à subida dos preços, “passem a incluir também o transporte ferroviário”.

“No último ano, registámos um aumento do custo da energia eléctrica superior a 300% e dos combustíveis na ordem dos 60-70%, que se torna insustentável para a competitividade do sector”, sublinha a associação.

O director executivo da APEF, Miguel Rebelo de Sousa, lembra que o sector do transporte ferroviário tem elevada dependência energética, que “corresponde a mais de 30% da estrutura de custos das empresas”.

“Caso os anunciados apoios deixem de fora as empresas de transporte ferroviário, vai ser necessário proceder a um aumento generalizado de preços para compensar este crescimento dos custos energéticos, o que colocará em causa a competitividade das empresas ferroviárias”, acrescentou o responsável, apontando para a “discriminação” causada pelo facto de existirem apoios às empresas de transporte rodoviário.

Para a APEF, as medidas de apoio podem passar por uma “subvenção directa às empresas”, ou por um “apoio indirecto ao nível da utilização da infra-estrutura ferroviária nacional”, como a “redução ou isenção da Taxa de Uso da Infraestrutura (TUI), que cada operador suporta sempre que utiliza a infraestrutura da rede ferroviária”.

“No actual contexto, corremos o risco de estar a investir na infra-estrutura e de ficarmos sem empresas de transporte ferroviário em actividade”, remata a associação