Depois de, no início deste mês, ter sido publicado em Diário da República o despacho que confirma a demolição da antiga estação de comboios da Boavista, no Porto - para nesse espaço ser construído um centro comercial -, o Movimento por um Jardim Ferroviário da Boavista organizou um protesto este sábado.

Cerca de meia centena de pessoas juntaram-se este sábado à tarde no Porto para contestar a demolição da antiga estação ferroviária da Boavista. Em causa está a construção de El Corte Inglés nessa mesma área, mas o diagnóstico, para quem marcou presença na manifestação, é de que a cidade não sai beneficiada com a existência de outra grande superfície.

Depois de dois anos de luta, a demolição da antiga estação ferroviária da Boavista - que já foi publicada em Diário da República - será uma "desilusão" para os portuenses. É esse o sentimento de Vítor Emanuel, um dos defensores do Movimento por um Jardim Ferroviário da Boavista, que considera que "se está a privar o Porto de um dos melhores jardins da cidade".

Em vez de um centro comercial, Cristina Barbosa, uma das cerca de 50 pessoas que marcaram presença no protesto, acredita que um jardim é a melhor solução para a zona envolvente à antiga estação de comboios. "Assusta-me um bocadinho ter aqui uma concentração muito grande de pessoas e carros e dá-me ideia que um centro comercial vai sobrecarregar ainda mais estas artérias."

Um sentimento que é partilhado por Tânia Lopes, que fez questão de participar no protesto. A portuense afirma que existe "falta de áreas verdes" e "um excesso de construção" na zona da Boavista.

Por terra podem ficar mais de cem anos de funcionamento da estação, que deixa "recordações" a Vítor Emanuel, que admite, no entanto, que o edifício "estará condenado à morte". A demolição da antiga estação de comboios da Boavista pode estar para breve, mas a esperança de a ver em pé permanece erguida.