Municípios mandam STCP pedir indemnização à Metro do Porto por causa do eléctrico 22
16/05/2025 14:53 - Público
Proposta de indemnização partiu de Rui Moreira por causa da suspensão do percurso durante obras da Linha Rosa e foi aprovada por unanimidade. Prejuízos em 2024 ascendem a cerca de um milhão de euros.
Os municípios accionistas da STCP aprovaram um pedido formal de indemnização à Metro do Porto por causa do encerramento da linha 22 do eléctrico, suspensa devido às obras de construção da Linha Rosa. À Lusa, fonte oficial da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), adiantou que os seis concelhos "deliberaram mandatar a empresa para avançar com um pedido formal de indemnização à Metro do Porto, devido aos prejuízos financeiros provocados pelo encerramento prolongado da linha de eléctrico n.º 22".
Representantes das autarquias accionistas estiveram reunidos em assembleia geral para aprovação das contas de 2024 da STCP, tendo a proposta de indemnização à Metro do Porto partido "do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira" e sido "aprovada por unanimidade", segundo a STCP.
O município do Porto é o accionista maioritário da empresa intermunicipal (53,69%), sendo as restantes participações divididas entre os outros cinco concelhos onde a STCP opera, com 12,04% do capital pertencente a Vila Nova de Gaia, 11,98% a Matosinhos, 9,61% à Maia, 7,28% a Gondomar e 5,40% a Valongo.
"A decisão foi justificada pelo impacto significativo que o encerramento da linha - inactiva desde finais de 2021 - tem tido nas contas da empresa e, por consequência, nas obrigações de serviço público assumidas pelos accionistas. A indemnização será pedida com efeitos retroactivos a 01 de Janeiro de 2024", de acordo com a STCP.
Segundo a empresa liderada por Cristina Pimentel, "a linha 22 deveria ter retomado operação no final de 2023, segundo os prazos inicialmente definidos", mas a sua reabertura foi "sucessivamente adiada" e não há "nova data oficial" para tal suceder.
O eléctrico 22 faz a ligação entre o Carmo e a Batalha, passando pela Rua dos Clérigos e Praça da Liberdade, uma zona ainda afectada pelas obras de construção da Linha Rosa do Metro do Porto, que vai ligar São Bento à Casa da Música. "A STCP estima que os prejuízos em 2024 ascendam a cerca de um milhão de euros, combinando a perda de receita directa e os custos adicionais com policiamento para garantir a operação da linha 18", refere a transportadora.
Ainda segundo a mesma fonte da STCP, "de acordo com cálculos internos, a linha 22 representava cerca de 30% da facturação da operação de eléctricos, que foi de 2,5 milhões de euros no ano de 2024".
"Esta quebra de receita, estimada em 750 mil euros, soma-se a encargos adicionais na ordem dos 240 mil euros com policiamento para que a linha possa operar parcialmente em contra sentido, resultando numa estimativa global de perdas próxima de um milhão de euros", contabiliza a STCP, que "irá agora formalizar o pedido de indemnização junto da Metro do Porto".
Contactada pela Lusa, fonte oficial disse que o assunto ficará "sem comentários por parte da Metro do Porto".