Metro do Porto: Linha Rubi arranca até Setembro
15/11/2022 15:02 - Transportes & Negócios

Setembro do próximo ano é a data limite para o arranque das obras da Linha Rubi, do Metro do Porto. Mesmo se houverem algumas arestas por 'limar' em termos de projeto.

Metro do Porto: Linha Rubi arranca até Setembro

“Na pior das hipóteses, nós em Setembro temos de estar com obras no terreno”, disse ontem Tiago Braga, na reunião da Assembleia Municipal do Porto solicitada para abordar o “processo de construção da Linha Rubi”, cujo projecto se encontra em fase de consulta pública até quinta-feira.

Sobre a Linha Rubi, Tiago Braga admitiu “chegar a um momento em que, sob pena de colocar em causa a execução do projecto” a Metro do Porto pode preferir “avançar ainda podendo haver um ou outro pormenor que não esteja totalmente fechado em sede de projecto de execução”.

“Assumimos isso como um erro e omissão na fase de discussão com o empreiteiro, mas avançamos ainda a tempo, no sentido de ter a obra concluída naquilo que é a janela temporal, o quadro de referência de que, neste momento, dispomos”, que é de 34 meses.

Porém, disse querer “evitar a todo o custo essa situação”, que configuraria “um desvio ao processo de empreitada”, mesmo que isso signifique “atrasar algum tempo o lançamento do concurso”.

No passado 7 de Outubro, Tiago Braga disse aos jornalistas que o concurso público para a empreitada seria lançado até final do ano.

Tiago Braga já tinha referido que como formalmente o prazo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) termina no final de Agosto de 2026, há uma janela de nove meses que a empresa pode gerir, dando “alguma flexibilidade do ponto de vista de concretização da obra”.

Ontem, perante os deputados municipais, Tiago Braga foi questionado sobre projectos como a nova ponte sobre o Douro para a Linha Rubi, assegurando que foram estudadas outras opções antes de se avançar para o concurso de ideias para a actual travessia prevista.

“Chegámos a equacionar também a questão da ponte da Arrábida, para além da inserção, que é sempre uma inserção difícil”, mas como o projecto atual “tem cerca de 15,40 de largura”, com ciclovia e espaço pedonal, se fosse colocado “em cima da ponte da Arrábida”, esta ficaria com “apenas cerca de 10 metros disponíveis”, roubando duas faixas de rodagem em cada sentido da travessia.

Mais tarde, em resposta ao deputado Rui Sá (CDU), Tiago Braga disse que parecia “poucochinho olhar para esta oportunidade” sem ter “um programa mais abrangente do que a questão da ferrovia”, uma intervenção que suscitou uma reacção do presidente da Câmara, Rui Moreira.

Dizendo que a Metro do Porto e a tutela “objectivamente decidiram a colocação da ponte”, bem como a sua altura, o autarca independente afirmou que os meios de mobilidade suave como os pedonais ou cicláveis devem ser “uma competência da Câmara do Porto”.

“Isto deve ficar definido para o futuro. Já não é para aqui, já não vamos atrás do prejuízo, porque precisamos mesmo desta obra”, concluiu Rui Moreira, que também afirmou que a arquitectura da ponte “parece excelente” e não há dúvidas quanto à “solução técnica”, valorizando ainda a intervenção do arquitecto Álvaro Siza no Campo Alegre.

Rui Moreira revelou também que a Metro do Porto entregou à autarquia um estudo prévio para a estação do Campo Alegre, da nova ponte, e inserção urbana, um processo “que está a ser avaliado, como deve ser, pelos serviços”, esperando uma pronúncia “em breve”.

“O que seria importante é que essa pronúncia fosse naturalmente tratada pela Metro do Porto com todo o cuidado necessário”, disse o autarca.

Na mesma zona, Tiago Braga disse ainda estar em estudo uma eventual instalação de escadas rolantes na ligação da via Panorâmica ao bairro de Massarelos, que ficará debaixo da ponte.

“A ponte tem um elevador que vence quatro níveis e traz as pessoas da rua do Ouro até à rua do Bicalho, servindo todo o bairro”, disse ainda.

Em V.N. Gaia, as estações previstas para a Linha Rubi são Santo Ovídio, Soares dos Reis, Devesas, Rotunda, Candal e Arrábida, e no Porto Campo Alegre e Casa da Música.

A construção da Linha Rubi, prevista no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), custará 300 milhões de euros mais IVA, e deverá terminar no final de 2025.