Medway e Takargo reforçam material circulante
05/11/2021 15:07 - Transportes & Negócios

No próximo ano, Medway e Takargo vão reforçar a sua capacidade de oferta com mais locomotivas no mercado nacional e ibérico, anunciaram os seus dirigentes no seminário de Transporte Ferroviário do TRANSPORTES & NEGÓCIOS.

Medway e Takargo reforçam material circulante

Álvaro Fonseca, da Takargo disse que «”sabemos que vão existir investimentos por parte de empresas de aluguer de material circulante e é por essa via que a Takargo poderá a curto prazo contratar directamente [locomotivas]. No entanto, estamos a contar muito com o negócio do nosso parceiro. Esperamos vir a operar em breve mais locomotivas, mas por via do investimento da Captrain Espanha”.

 

O responsável adiantou que entre Janeiro e Abril do próximo ano o operador espanhol deverá receber as primeiras locomotivas Euro 6000 de bi-tensão, cinco para bitola europeia (UIC) e seis para bitola ibérica. “Para que estas locomotivas cheguem a Portugal temos o famoso problema do Convel e das alternativas a este sistema de sinalização. Resta saber como é que este problema será resolvido e qual o custo. Não querendo ser pessimista, não acredito que em menos de três anos alguma locomotiva nova entre em Portugal. No imediato não há solução», adiantou Álvaro Fonseca.

Recorde-se que a Takargo e a Captrain Espanha são parceiras na Ibercargo, uma joint-venture detida a 50-50 pelas duas empresas. “Nós trabalhamos em pool, portanto a Captrain utiliza as nossas locomotivas e vice-versa. Temos ainda quatro locomotivas alugadas em conjunto diretamente na Ibercargo. Quando entrar material circulante novo por parte de Espanha e esse equipamento for interoperável para entrar em Portugal também será operado por nós”, explicou Álvaro Fonseca.

Já Carlos Vasconcelos, da Medway disse que “as nossas decisões já estão tomadas e esperamos em breve poder vir a formalizar e a anunciar o investimento que iremos fazer na aquisição de material circulante. Será um investimento com uma dimensão significativa, mas estamos confiantes de que fizemos uma boa análise dos riscos. É um investimento a pensar no mercado ibérico”.

O responsável referiu ainda que no mercado da Península Ibérica existe espaço para o aparecimento de novos operadores ferroviários de mercadorias. “Este não é um negócio fabuloso, mas se pensarmos em termos de futuro, e se verificarmos que terá de existir obrigatoriamente uma transferência de carga da rodovia para a ferrovia, percebemos que há espaço para crescer e para novos operadores. E a concorrência não nos assusta nada, aliás é sempre bem-vinda porque obriga-nos a ser mais eficientes e competitivos”, avançou Carlos Vasconcelos.