O único comboio de passageiros que ainda circula na Patagónia é pura magia
05/09/2023 15:46 - NIT
O Tren Patagónico parte sempre ao nascer do sol, ligando as cidades argentinas de Viedma e Bariloche. O conteúdo O único comboio de passageiros que ainda circula na Patagónia é pura magia aparece primeiro em NiT.

A Patagónia é uma das regiões mais lindas do planeta, muito por culpa do contraste misterioso entre estepes verdejantes, desertos arenosos e montanhas cobertas de neve. Assim se percebe porque é que inspirou tantos livros, como por exemplo o maravilho romance de Luís Sepúlveda, “O Velho Que Lia Romances de Amor”.
Esta zona ocupa parte do Chile e da Argentina, dois países que estão separados pela monumental Cordilheira dos Andes, na América Latina. No meio desta adversidade climática e natural, encontra-se um comboio: Tren Patagónico, o único veículo ferroviário de passageiros que ainda circula regularmente neste cenário.
A mágica viagem pelos caminhos de ferro do sul argentino é da responsabilidade dos Servicios Ferroviarios Patagónicos (SEFEPA). Tem uma duração total de 18 horas, que se traduzem em mais de 825 quilómetros percorridos. Liga Viedma, uma pequena cidade na costa daquele país, a Bariloche, uma pitoresca localidade numa colina dos Andes. Aqui, são transportadas pessoas, veículos e mercadoria. Com o bónus de que nenhuma viagem é aborrecida — basta olhar para as paisagens através da janela.
Durante o percurso são servidas todo o tipo de refeições e aperitivos, desde o pequeno-almoço, aos copos de final de noite, aproveitados, maioritariamente, por locais que veem o Tren Patagónico como o único meio de transporte de longa distância na região. O destaque está, no entanto, na hora de jantar, quando o serviço inclui borrego, empanadas, chouriços e tortas fritas, muitas vezes acompanhado por vinho quente ou chocolate.
A linha foi construída na década de 1910 e a sua popularidade nunca deixou de crescer, especialmente nos últimos anos, quando o número de turistas na Patagónia aumentou cada vez mais.
Ao partir de Bariloche (todos os domingos, pelas 17 horas), um dos principais destaques do percurso é a belíssima paisagem do lago Nahuel Huapi e do rio Ñirihuau, com estas vistas aquáticas a aliarem-se à distante visão de montanhas cobertas de neve. Não se fica por aqui: as restantes paisagens da província de Rio Negro, na Argentina, são igualmente mágicas. O comboio chega a Viedma pelas 11h34, de segunda-feira.
Se o objetivo for viajar no sentido contrário, isto é, partindo de Viedma (todas as sextas-feiras, pelas 18 horas), as paisagens são totalmente diferentes, mas igualmente fantásticas. O melhor a ter em conta, são as estepes verdes e desertas ao nascer do sol, quando as carruagens circulam entre as cidades de Maquinchao e Ingenier Jacobacci. O comboio alcança o destino final, em Bariloche, pelas 12h28 de sábado.
Os bilhetes têm um preço diferente consoante a tipologia que escolher. O bilhete de primeira classe custa cerca de 16€. A segunda tipologia, ligeiramente mais luxuosa, fica por 29€. Por fim, a carruagem mais cara, que inclui uma cama, custa é 2€ mais cara. Para adquirir os ingressos, pode visitar o site oficial da companhia.
Para viajar para Viedma, antes de apanhar o Tren Patagónico, a forma mais fácil é deslocar-se, em primeiro lugar, para Buenos Aires, capital da Argentina. Com escala, a duração do voo a partir de Portugal é de cerca de 18 horas. O bilhete mais barato custa cerca de 1446€, com origem em Lisboa. A seguir, terá de apanhar outro voo para Viedma, com uma duração prevista de três horas. Os preços começam nos 88€.
Se preferir começar em Bariloche, o processo é, essencialmente, o mesmo. Deverá voar para Buenos Aires e depois para a cidade da Patagónia, numa viagem que dura cerca de cinco horas. Neste caso, o bilhete mais barato custa 61€.