O caos está de volta: revisores da CP convocam greve para o final de maio
16/05/2023 09:58 - NIT

Após ter sido decretada o fim da greve dos maquinistas da CP — Comboios de Portugal, que paralisou centenas de comboios durante todo o mês de abril, vêm aí uma nova vaga de contestação. Desta vez, os protestos chegam dos revisores em luta contra a “discriminação salarial”. O Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), … Continued O conteúdo O caos está de volta: revisores da CP convocam greve para o final de maio aparece primeiro em NiT.

O caos está de volta: revisores da CP convocam greve para o final de maio

Após ter sido decretada o fim da greve dos maquinistas da CP — Comboios de Portugal, que paralisou centenas de comboios durante todo o mês de abril, vêm aí uma nova vaga de contestação. Desta vez, os protestos chegam dos revisores em luta contra a “discriminação salarial”.

O Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), que representa os revisores e os trabalhadores das bilheteiras, avançou com um pré-aviso de greve de 24 horas no dia 31 de maio, quarta-feira. Tudo indica que o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF), afeto à FECTRANS (Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações), vai fazer o mesmo. E não serão os únicos, já que outras organizações sindicais se juntarão.

A “discriminação salarial” entre as diferentes classes profissionais da empresa de transporte ferroviário é o principal motivo para este protesto, segundo o pré-aviso de greve entregue esta segunda-feira, 15 de maio. O sindicato admite ainda a marcação de mais dias de paralisação durante o mês de junho.

A luta é também “contra a violação do acordo referente às regras de segurança da circulação” que foi negociado entre 2017 e 2018, assim como “pelo cumprimento do acordo de empresa no que respeita ao acompanhamento de comboios”.

O documento revê em alta os aumentos nos salários destes trabalhadores e abre a porta, alega o sindicato, a que os maquinistas conduzam os comboios sem qualquer acompanhamento nas marchas em vazio, isto é, entre as oficinas e as estações onde começam e terminam os serviços ferroviários.

Isto significa, no entender das organizações sindicais, que a CP e o Governo conseguiram pôr termo à greve dos maquinistas à custa da redução do número de outros profissionais, nomeadamente dos revisores, colocando em risco a segurança nas circulações. Em caso de acidente, o facto de apenas haver um funcionário no comboio (o maquinista) pode impedir ou dificultar o socorro a eventuais vítimas.

As reivindicações não param por aqui: a greve é convocada também “pelo cumprimento equitativo dos despachos tutelares (dos ministérios das Finanças e das Infraestruturas) no que respeita aos aumentos salariais a atribuir aos trabalhadores do sector público e empresarial do Estado” e ainda “contra a contínua desvalorização do trabalho executado pelos trabalhadores do comercial e transporte”, entre outras exigências de equidade e melhoria das condições de trabalho.