Transporte ferroviário de mercadorias pede ajuda
09/06/2022 18:01 - Transportes & Negócios

Os operadores ferroviários pedem apoios públicos ao transporte de mercadorias para fazer face ao aumento dos combustíveis e da electricidade.

Transporte ferroviário de mercadorias pede ajuda

Em comunicado a que o TRANSPORTES & NEGÓCIOS teve acesso, a APEF – Associação Portuguesa de Empresas Ferroviárias, que agrega a Medway, a Takargo e a Captrain, sustenta que é impossível acomodar os aumentos dos combustíveis e da electricidade desde o início do ano, mas alerta que passar esses aumentos para os clientes reduz a competitividade das exportações portuguesas e da ferrovia face à rodovia.

Os operadores de transporte ferroviário de mercadorias lembram que, por cá, o transporte rodoviário tem apoios, e, noutros países europeus, “a ferrovia já dispõe de apoios financeiros para fazer face aos constrangimentos existentes”.

A APEF recorda o compromisso assumido pelo Governo de atingir uma quota de mercado da ferrovia de 30% em 2030, “sensivelmente o dobro da quota actual” e, por isso, “considera inexplicável a existência de um Fundo Ambiental, que tem como propósito apoiar e promover a transição energética, mas que não apoia nem promove de forma alguma o investimento na transferência modal para o modo de transporte mais sustentável: o comboio”.

“Solicitámos ao Governo português a implementação de apoios financeiros que permitam neutralizar o excesso de aumento de custos verificados, de forma a evitar a perda de competitividade da ferrovia. Apresentámos propostas concretas para mitigar a situação e garantir a capacidade para os operadores ferroviários continuarem a sua atividade de forma competitiva, mas, lamentamos que até ao dia de hoje não tenha sido possível recebermos qualquer resposta às propostas por nós sugeridas”, destacou, em tom crítico, Miguel Rebelo de Sousa, director executivo da APEF, citado em comunicado.

A manter-se a situação, “os operadores ferroviários poderão vir a ter de tomar medidas difíceis, procurando salvaguardar as suas empresas, os seus trabalhadores e compromissos assumidos”, remata o comunicado.