Medway atenta à abertura da Renfe a parceiros
17/05/2022 18:37 - Transportes & Negócios

A Medway vai estar "muito atenta" ao processo de selecção de um sócio estratégico para a Renfe Mercancias, mas ainda não decidiu se concorre.

Medway atenta à abertura da Renfe a parceiros

“Vamos estar muito atentos ao processo, mas não conhecemos os detalhes e temos muito pouca informação para poder tomar uma decisão neste momento”, disse o director geral da Medway, em entrevista ao “El Mercantil”. “Será um processo que vamos acompanhar muito de perto, porque de certeza nos afectará em termos práticos, já que temos vários contratos conjuntamente com a Renfe”, acrescentou Bruno Silva.

No ano passado, a Medway cresceu a “três dígitos” em Espanha e no que leva de 2022 está a crescer cerca de 120% em termos homólogos, referiu o responsável. Os números são impressionantes, mesmo se o ponto de partida é ainda baixo, sublinhou.

Os transportes de contentores, de madeira e de carga geral são os que mais crescem, a que acrescem agora os “primeiros passos no transporte de siderúrgicos”.

A quota de ferrovia no transporte de mercadorias é ainda baixa em Espanha, mas Bruno Silva encara a situação como uma oportunidade, sinal de que há muito mercado para conquistar. E é isso que a Medway se propõe fazer, retirando da rodovia cargas. Daí também o interesse nas auto-estradas ferroviárias, em particular nas que ligam Valência e Madrid e Algeciras e Saragoça, disse.

Para crescer a Medway tem encomendadas 16 locomotivas Stadler Euro6000 e, entretanto, garantiu o aluguer de outras cinco. A primeira já está a operar e a segunda em vias disso. As restantes três são esperadas no final de Setembro.

Ao mesmo tempo, referiu Bruno Silva ao “El Mercantil”, a operadora contratou 15 vagões novos, made in Espanha, dos quais 35 já estão a entrar ao serviço e os restantes ainda a ser fabricados. A Medway tem encomendados 113 vagões à Tatravagonka, com entregas previstas para o final de 2023, primeiro semestre de 2024.

Questionado sobre a estratégia além-Pirinéus, Bruno Silva afirmou que estão a estudar o corredor de Irún e gostariam de retomar a ligação à Europa, mas sublinhou que a prioridade é desenvolver a rede ibérica. ” Se queremos crescer para oferecer serviços para a Europa, é necessário primeiro construir uma rede ibérica forte que permita ter depois flexibilidade na distribuição”, disse.