Metade dos comboios suprimidos até às 8h devido a greve dos maquinistas
10/05/2025 10:49 - Público

Durante a manhã, os comboios mais afectados, a seguir aos de longo curso, foram os regionais. Greve da CP passará a ter serviços mínimos entre dia 11 e 14 de Maio.

Metade dos comboios suprimidos até às 8h devido a greve dos maquinistas

A greve dos maquinistas ao trabalho suplementar afectou em 50,3% a circulação de comboios prevista para o período das 00h às 8h de hoje, principalmente de longo curso, que registou 90% de supressão, disse fonte da CP.

Do total de 153 comboios programados para hoje, 77 foram suprimidos (50,3%), afectando em primeiro lugar as viagens de longo curso, com apenas uma das 10 viagens previstas a realizar-se, de acordo com um primeiro balanço feito à Lusa.

O presidente do Sindicato dos Maquinistas (SMAQ), António Domingues, explicou à Lusa que "estas supressões são ainda reflexo da greve" de sexta-feira (total, sem serviços mínimos) e que a CP irá repondo ao longo do dia "à medida que os trabalhadores se vão apresentando".

"Um trabalhador deveria ter-se apresentado ontem [sexta-feira] para uma viagem até Faro e não se apresentou, por exemplo. Hoje, não estava em Faro para fazer o regresso", explicou, acrescentando que as supressões tendem a diminuir ao longo do dia até se tornarem pontuais, porque a greve abrange apenas o trabalho suplementar.

Ainda de acordo com os dados da CP, durante a manhã, os comboios mais afectados, a seguir aos de longo curso, foram os regionais, com uma taxa de supressão de 81,6%, tendo sido suprimidos 40 dos 49 previstos.

No que respeita aos comboios urbanos, circularam, em Lisboa, 42 de 59 previstos, no Porto, 21 de 30, e em Coimbra, três de cinco, o que se traduz em percentagens de supressão na ordem dos 28,8%, 30% e 40%, respectivamente.

O SMAQ convocou uma greve entre hoje e quarta-feira, abrangendo apenas o trabalho suplementar, incluindo o trabalho em dia de descanso semanal. Entre os próximos dias 11 e 14, a greve mantém-se mas com serviços mínimos.

De quarta-feira, 7 de Maio, até sexta-feira, vários sindicatos, incluindo o SMAQ, estiveram em greve, sendo que nesse caso não houve serviços mínimos, o que resultou na paragem total da circulação.

O SMAQ exige o cumprimento do acordo alcançado em 24 de Abril entre a administração da CP e os sindicatos, considerando que "o Governo não pode querer os méritos da negociação e depois fugir às suas responsabilidades na aplicação".

A partir de domingo começa uma nova paralisação, também até quarta-feira, do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), dos revisores e trabalhadores de bilheteiras.

Esta greve é parcial, decorrendo entre as 5h as 8h30 de segunda-feira e terça-feira, sendo que no domingo e na quarta-feira a greve só afecta os comboios de longo curso de forma residual, segundo aquele sindicato.