Maquinista japonês processa empregador após multa de 43 cêntimos por causar atraso
11/11/2021 00:27 - Observador
O trabalhador estaria a conduzir um comboio vazio para a estação de Okayama quando entrou na plataforma errada. Foi multado mas contestou o castigo e pede uma indemnização pela “angústia mental”.

Um maquinista japonês processou a empresa de transporte ferroviário JR West — para a qual trabalha — devido a uma multa de 43 cêntimos após ter causado um atraso de 1 minuto.
O empregado pede uma compensação de 2.2 milhões de yen (cerca de 16 mil euros) pela “angústia mental” causada pelo sucedido.
Segundo o site de notícias japonês Soranews24, citado pela BBC, o trabalhador estaria a conduzir um comboio vazio para a estação de Okayama, quando entrou na plataforma errada. Mesmo tendo rapidamente percebido que cometera um erro, a troca de maquinistas sofreu um atraso de dois minutos, que por sua vez implicou um atraso de um minuto na partida do comboio.
Inicialmente, a empresa cativou 85 yen (65 cêntimos) do salário do trabalhador. Porém, após o empregado ter reportado a situação ao respetivo sindicato, a JR West reduziu a multa para 56 yen (43 cêntimos).
O trabalhador, cujo nome não foi divulgado, recusou aceitar a multa, argumentando que o atraso não causou qualquer distúrbio nos horários ou qualquer inconveniente para os passageiros.
Em resposta, a empresa apontou que durante o atraso, o homem não estaria, efetivamente, a trabalhar. Como tal, aplicou o princípio de “No work, no Pay” (sem trabalho, sem pagamento), tendo descontado o minuto de atraso no ordenado do funcionário.
Esta situação demonstra a pontualidade característica do sistema rodoviário japonês. Outro exemplo ocorreu em 2017, quando uma empresa de transporte ferroviário efetuou um pedido de desculpas público após um dos seus comboios ter partido 20 segundos adiantado.