Governo quer menos passageiros nos autocarros e mais nos comboios
21/10/2024 17:44 - Transportes & Negócios

No lançamento do Passe Ferroviário Verde, o ministro das Infraestruturas vincou que o objectivo do Governo é transferir passageiros dos autocarros para os comboios. The post Governo quer menos passageiros nos autocarros e mais nos comboios first appeared on Transportes & Negócios.

Governo quer menos passageiros nos autocarros e mais nos comboios

Questionado sobre as críticas de operadores rodoviários ao Passe Ferroviário Verde, que hoje entrou em vigor, Miguel Pinto Luz disse que o seu ministério é claro no objectivo de querer menos pessoas a andar em transporte rodoviário e mais a andar de comboio, em linha com a estratégia ambiental europeia.

“Eu quero menos pessoas a andar de autocarro e mais a andar de comboio, não tenham dúvidas. O que aconteceu nas últimas décadas por falta de investimento na ferrovia? Os autocarros aumentaram sobremaneira nas últimas décadas. Nós temos de ter mais concidadãos nossos a utilizar a ferrovia”, disse o ministro.

O passe ferroviário de 20 euros mensais (para 30 dias consecutivos de utilização) entrou hoje em vigor, para residentes no país, nos serviços CP Intercidades (2.ª classe), Regionais, Inter-Regionais (2.ª classe), Urbanos de Coimbra e Urbanos de Lisboa e Porto fora das áreas metropolitanas.

O passe pode também ser adquirido para 60 e 90 dias, por 40 e 60 euros, respectivamente, e é carregado no Cartão CP que, segundo o site da transportadora, tem um custo de seis euros (três euros para estudantes).

A Comissão de Trabalhadores da CP  já disse considerar que a compensação prevista pelo Governo para a empresa pelo novo passe, de 18,9 milhões de euros, é insuficiente, no que foi contrariada, com “surpresa e repúdio”, pelo presidente da CP, Pedro Moreira, afirmando que aquele valor foi calculado com rigor pela empresa.

“A CP será ressarcida até ao último cêntimo do que hipoteticamente poderá vir a perder. Até pode ganhar se aumentarmos a base de pagantes, até podemos reequilibrar as contas”, afirmou Miguel Pinto Luz aos jornalistas, na estação de Santa Apolónia, em Lisboa, antes de embarcar para Santarém munido do nosso passe.

O ministro disse que a medida foi lançada em coordenação com a CP e com cálculos de procura, pelo que considerou que o aumento da procura que haverá será acomodável, mas também afirmou que é conhecido que a empresa precisa de mais comboios.

Ainda nas declarações aos jornalistas, Miguel Pinto Luz disse que o anterior passe ferroviário (de 49 euros e que não incluía o serviço Intercidades) tinha uma média mensal de 2 600 passes apenas, pelo que disse esperar que esse valor vá “duplicar, triplicar numa primeira fase”.

O Governo estima que este novo passe abranja 29,9 milhões de passageiros.