Terceiro carregamento de ajuda para Gaza atravessa fronteira de Rafah. Diplomacia europeia considera apoio insuficiente
23/10/2023 10:39 - Sapo Eco

Um terceiro comboio de ajuda humanitária entrou esta segunda-feira na Faixa de Gaza pela fronteira com o Egito, noticiou a agência francesa AFP. O primeiro carregamento de ajuda, transportada em 20 camiões, entrou na Faixa de Gaza no sábado, a que se seguiu um segundo comboio de 15 camiões no domingo. A passagem de Rafah, […]

Terceiro carregamento de ajuda para Gaza atravessa fronteira de Rafah. Diplomacia europeia considera apoio insuficiente

Um terceiro comboio de ajuda humanitária entrou esta segunda-feira na Faixa de Gaza pela fronteira com o Egito, noticiou a agência francesa AFP.

O primeiro carregamento de ajuda, transportada em 20 camiões, entrou na Faixa de Gaza no sábado, a que se seguiu um segundo comboio de 15 camiões no domingo.

A passagem de Rafah, que liga a Península do Sinai à Faixa de Gaza, é a única via de acesso ao território governado pelo grupo islamita Hamas não controlada por Israel.

O alto-representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros insistiu que a entrada de 20 camiões com apoio humanitário no território palestiniano por dia “não é suficiente” e que a prioridade dos 27 é aumentá-lo.

“No primeiro dia, foi permitida a entrada de 20 camiões. Ontem outros 20. Mas em alturas normais, sem guerra, entrariam em Gaza 100 camiões por dia. É óbvio que 20 não é suficiente”, sustentou Josep Borrell, à entrada para uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, no Luxemburgo, esta segunda-feira.

O chefe da diplomacia europeia acrescentou que “sem água e eletricidade os hospitais mal conseguem funcionar” e que a Comissão “aumentou o seu apoio, mas há filas e filas de camiões a aguardar permissão para entrar” no território palestiniano, cercado pelas tropas israelitas.

“[Os camiões] têm de entrar e levar as coisas de que desesperadamente necessitam, em particular combustível, necessário para a dessalinização da água”, completou.

Borrell anunciou que os ministros com a pasta dos Negócios Estrangeiros vão também analisar o processo de paz “há muito esquecido” entre Israel e a Palestina e tentar discutir soluções para um cessar-fogo e regresso de todas as partes no Médio Oriente à mesa de negociações.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hossein Amir-Abdollahian, garantiu ao líder do braço político do grupo islamita Hamas, Ismail Haniye, e ao secretário-geral da Jihad Islâmica, Ziad al Najala, apoio às milícias palestinianas no conflito com Israel.

A resistência é forte do lado da Palestina. A estrutura política e de segurança do regime israelita ruiu e só a sua máquina de guerra funciona contra os civis”, afirmou o chefe da diplomacia iraniana na rede social X (antigo-Twitter).

Anteriormente, Amir-Abdollahian teve uma conversa telefónica com o seu homólogo egípcio, Samé Shukri, no âmbito de “consultas diplomáticas” organizadas com “as autoridades dos países islâmicos sobre a necessidade de pôr fim aos crimes de guerra sionistas contra o povo oprimido de Gaza”.

O objetivo final do falso e ocupador regime israelita é a migração forçada dos residentes de Gaza e da Cisjordânia para a região do Sinai no Egito e partes da Jordânia”, disse ao seu homólogo egípcio, segundo um comunicado. “Na verdade, Telavive está a tentar estabelecer um Estado palestiniano, mas fora do território histórico dos palestinianos. Mas a resistência tem sido o principal obstáculo à realização dos perturbados sonhos dos sionistas”, acrescentou.

Hossein Amir-Abdollahian exigiu também a “cessação imediata da matança do povo palestiniano, o envio de ajuda humanitária e uma firme oposição à política de migração forçada dos residentes palestinianos da Faixa de Gaza”.

O ministro iraniano declarou-se “contra a expansão do âmbito da guerra”, mas defendeu “que o povo palestiniano se mantenha nos seus territórios”, contou Shukri, no mesmo comunicado.

Por sua vez, o Hamas disse que a conversa com Amir-Abdollahian tem sido sobre diferentes alternativas para impedir os “crimes brutais” que Israel está a cometer na Faixa de Gaza.

De acordo com um comunicado, Amir-Abdollahian e Haniye discutiram “como usar todos os métodos para impedir os crimes brutais cometidos pelo inimigo na Faixa de Gaza”, e sobre os “últimos desenvolvimentos relacionados com a agressão sionista à Faixa de Gaza”.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h56 com declarações do ministro iraniano)