Exército russo reivindica avanços no leste da Ucrânia, na zona ferroviária de Lyman
25/07/2023 16:52 - Sapo 24

O Exército russo afirmou hoje que avançou dois quilómetros das últimas 24 horas no leste da Ucrânia, perto de Lyman, um importante nó ferroviário retomado pelas forças de Kiev em outubro passado.

Exército russo reivindica avanços no leste da Ucrânia, na zona ferroviária de Lyman

“O avanço total das nossas tropas efetuou-se em quatro quilómetros ao longo da frente e até dois quilómetros em profundidade”, declarou o Ministério da Defesa em comunicado.

No decurso destas “operações de contra-ataque bem-sucedidas”, o Exército russo passou a controlar a localidade de Serguiivka, segundo o comunicado.

A Rússia desencadeou recentemente um novo assalto nesta zona da frente que se estende até ao nordeste da Ucrânia, algumas semanas após o início da contraofensiva ucraniana sobretudo concentrada no sul.

Há duas semanas, os russos tinham assegurado uma progressão de 1,5 quilómetros em direção a Lyman.

O Exército ucraniano tem-se referido desde o início de julho a ataques russos em redor de Lyman, uma localidade situada 50 quilómetros a nordeste de Kramatorsk, a principal cidade da região do Donbass (leste) sob controlo ucraniano.

Previamente, o Governo de Kiev tinha garantido que a sua contraofensiva militar permitiu conquistar Staromaiorkse e que está a consolidar posições recuperadas e a pressionar os russos a abandonar posições perto da cidade de Bakhmut (leste da Ucrânia).

O anúncio foi feito em conferência de imprensa pelo porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas ucranianas, Andri Kovalov.

Kovalov reivindicou que as forças ucranianas estão a conseguir estabelecer-se nos territórios libertados nas últimas semanas, incluindo em Staromaiorkse, localidade situada no sudoeste da região de Donetsk, de onde a Ucrânia pretende empurrar as forças russas para o ocupado porto de Berdyansk, no Mar de Azov.

O porta-voz militar de Kiev explicou que as tropas russas “continuam a apresentar uma forte resistência” e que está a mobilizar mais unidades e reservistas para conter a ofensiva ucraniana naquela zona da frente.

Enquanto estavam na área de Bakhmut, as tropas ucranianas forçaram os soldados russos a abandonar as suas posições perto de Andrivka, ao sul da cidade de Bakhmut, em Donetsk, ocupada pelos russos, informou Kovalov.

O porta-voz militar assegurou ainda que as forças russas não conseguem avançar nas áreas onde continuam a atacar a leste e a sul da frente.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para Kiev e com a imposição a Moscovo de sanções políticas e económicas.