Porto conclui primeiras obras no Ramal da Alfândega em julho
07/07/2023 12:33 - Sapo Eco

Será ainda em julho que ficarão concluídas as obras de estabilização do Ramal da Alfândega, no Porto. Apenas depois desta etapa poderá iniciar-se a transformação do antigo ramal ferroviário num percurso para transportes públicos conjugado com deslocações a pé, bicicleta e trotineta. As obras de estabilização começaram em julho de 2022 e tinham um prazo […]

Porto conclui primeiras obras no Ramal da Alfândega em julho

Será ainda em julho que ficarão concluídas as obras de estabilização do Ramal da Alfândega, no Porto. Apenas depois desta etapa poderá iniciar-se a transformação do antigo ramal ferroviário num percurso para transportes públicos conjugado com deslocações a pé, bicicleta e trotineta.

As obras de estabilização começaram em julho de 2022 e tinham um prazo de intervenção de 270 dias, ou seja, deveriam ter terminado no início de junho. No entanto, no final do último mês, o ECO passou pelo local e os trabalhos ainda não estavam concluídos.

Prevê-se a conclusão dos trabalhos ainda para o decorrer deste mês“, respondeu ao ECO/Local Online fonte oficial da câmara do Porto nesta sexta-feira, após o envio de perguntas. O preço da obra mantém-se em cerca de 1,5 milhões de euros, já contabilizada a taxa de IVA.

Os trabalhos incluem a “estabilização preventiva de três taludes rochosos, assim como a limpeza da vegetação, o saneamento dos blocos, a demolição de estruturas em ruínas, o recalçamento de reentrâncias, a reabilitação de muros, a colocação de degraus em falta, a estabilização das construções existentes e a colocação de redes metálicas de alta resistência”. Assim referiu, em setembro, o município quando a obra foi consignada à GO Porto – empresa municipal de gestão e obras.

Esta é a primeira fase da renovação do Ramal de Alfândega, que, entre 1888 e 1989, contou com uma ligação ferroviária de mercadorias e foi crucial para o crescimento do porto da cidade, então localizado na Ribeira.

O futuro do percurso de 3,2 quilómetros passa pela colocação, no local, de um sistema de transporte público “eventualmente compatível com a utilização do mesmo canal para modos suaves”. O projeto está a ser estudado pela STCP Serviços, empresa de consultoria que gere as infraestruturas de transportes da cidade, como, por exemplo, o terminal intermodal de Campanhã.

Uma solução de transporte público neste ramal pode atrair entre 7.367 e 8.817 utentes por dia. Ou seja, a procura pode ultrapassar os 3,2 milhões de passageiros por ano, de acordo com um estudo apresentado em abril de 2021 pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. A estimativa não conta com a procura turística.

A procura é mais baixa no caso de uma ligação direta entre a Alfândega e Campanhã, sem estações intermédias e sem transbordos para outros meios de transporte. Ainda assim, de transporte público, a viagem entre o rio Douro e a estação de comboios demoraria cinco minutos, e teria partidas a cada oito minutos, retirando carros do centro da cidade do Porto.