Greve dos revisores cancelou 22 comboios até às 8h
05/06/2023 09:52 - Público
Greve a tempo parcial convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) deverá prolongar-se por mais um mês
A greve a tempo parcial que os revisores da CP – Comboios de Portugal estão a planear realizar até ao próximo dia 5 de Julho conduziu, na manhã desta segunda-feira, ao cancelamento da circulação de diversos comboios.
De acordo com os dados fornecidos pela empresa, até às 8h desta manhã, foram suprimidos 22 comboios, um número que corresponde a 8,8% do total de 249 viagens programadas. A grande maioria dos comboios eliminados diz respeito aos urbanos de Lisboa, onde se registaram 18 supressões, num total de 110 viagens programadas, isto é, 16,4% do total.
De notar ainda que dos 12 comboios de longo curso programados até às 8h, um quarto não se realizaram devido à greve.
A greve foi convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) e aponta para que, até ao dia 5 de Julho, sejam realizadas paralisações a tempo parcial que conduzirão, como antecipou a própria empresa, a “perturbações na circulação ferroviária, em todos os serviços".
Foram decretados pelo tribunal arbitral serviços mínimos para os "serviços necessários à segurança e manutenção do equipamento e das instalações, bem como os serviços de emergência".
Na semana passada, os responsáveis da transportadora ferroviária anunciaram ter alcançado um acordo sobre a actualização intercalar de salários com a maioria dos sindicatos, com excepção do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI). Na altura, esse entendimento conduziu a que a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans) e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF) desconvocassem as greves que tinham agendadas.
Já do lado do SFRCI, a decisão de convocar a greve manteve-se, com os seus responsáveis a queixarem-se de discriminação em relação aos revisores. "Fomos afectados com a questão da retirada dos revisores das marchas, vamos perder postos de trabalho e estamos a ser, na distribuição do aumento complementar, discriminados face a outros trabalhadores", disse na altura Luís Bravo, dirigente do sindicato, em declarações feitas à agência Lusa.
Esta segunda-feira, a administração da CP defendeu, em comunicado, que não existe “qualquer razão para a referida greve, entendendo que a mesma é desproporcional, injusta e inoportuna”.