CP fora do comboio da paz social. Revisores marcam greve para 31 de maio
15/05/2023 14:23 - Sapo Eco

As greves estão de volta à CP. Dia 31 de maio há paralisação de 24 horas por parte do sindicato que representa os revisores e trabalhadores das bilheteiras. A “discriminação salarial” entre as diferentes classes profissionais da empresa de comboios é o principal motivo para este protesto, segundo o pré-aviso de greve foi entregue nesta […]

CP fora do comboio da paz social. Revisores marcam greve para 31 de maio

As greves estão de volta à CP. Dia 31 de maio há paralisação de 24 horas por parte do sindicato que representa os revisores e trabalhadores das bilheteiras. A “discriminação salarial” entre as diferentes classes profissionais da empresa de comboios é o principal motivo para este protesto, segundo o pré-aviso de greve foi entregue nesta segunda-feira. O sindicato admite a marcação de mais dias de paralisação para o mês de junho.

O ponto de partida para esta greve é o acordo assinado no dia 4 de maio entre a CP e os maquinistas. O documento revê em alta os aumentos nos salários destes trabalhadores e abre a porta, alega o sindicato, a que os maquinistas conduzam os comboios sem qualquer acompanhamento nas marchas em vazio, isto é, entre a oficina e as estações onde começam e terminam os serviços ferroviários.

“O acordo põe em causa postos de trabalho dos revisores e a segurança na circulação”, avisa, em declarações ao ECO, o dirigente do sindicato SFCRI, Luís Bravo. “Por exemplo, se houver uma colhida de um passageiro entre o depósito de Contumil e a estação de São Bento, quem vai prestar socorro à vítima? Vão deixar o comboio vazio? Este é um auxílio prestado pelo revisor”, assinala o mesmo dirigente.

Luís Bravo contesta também que o acordo assinado com os maquinistas tenha posto “os restantes trabalhadores contra a empresa. Havia todas as condições para garantir a paz social”, lamenta o dirigente sindical.

O sindicato admite convocar novos dias de greve também para o mês de junho. A decisão será tomada na próxima quinta-feira, 18 de maio.

O acordo entre a CP e os maquinistas já tinha posto em alerta os revisores, que na passada quinta-feira já admitiam a convocação de greves para as próximas semanas, em declarações ao jornal Expresso (acesso pago). Na véspera, a federação dos sindicatos dos transportes (Fectrans) já se tinha referido a “soluções parciais que acentuam desigualdades entre trabalhadores e que abrem a porta ao descontentamento e a novos conflitos”.