Greve na CP suprime 39 comboios, mais de metade dos programados, até às 06h
06/04/2023 07:33 - Público

A maioria dos comboios programados para esta quinta-feira foi suprimida devido à greve dos trabalhadores da CP e da IP. Os protestos vão manter-se durante todo o mês de Abril.

Greve na CP suprime 39 comboios, mais de metade dos programados, até às 06h

A greve da CP levou, esta quinta-feira, à supressão de 39 dos 71 comboios programados até às 06h00, a maior parte nos Urbanos de Lisboa e Porto e no serviço Regional, de acordo com a informação disponibilizada pela CP – Comboios de Portugal.

Segundo a informação divulgada, entre as 00h00 e as 06h00, dos 31 comboios programados nos Urbanos de Lisboa foram suprimidos 17 (54,8%) e dos 16 programados nos Urbanos do Porto apenas se fizeram nove (43,8% de supressão). Nos Urbanos de Coimbra estavam previstas três ligações e apenas uma foi cumprida. Já no serviço Regional, dos 19 previstos foram suprimidos 11 (57,9%). O Longo Curso não circulou até às 06h00, tendo sido suprimidas as duas ligações previstas.

A CP adianta, ainda, que foram realizadas as 32 ligações previstas entre as 00h00 e as 06h00 nos serviços mínimos, 14 das quais nos Urbanos de Lisboa, nove nos Urbanos do Porto, uma nos Urbanos de Coimbra e oito no serviço regional.

Vários sindicatos deram início, no passado dia 28 de Março, a novas greves no sector ferroviário, que abrangem a Infra-estruturas de Portugal (IP) e a CP até ao final do mês. Depois de vários dias em greve entre as 00h00 e as 02h00, os trabalhadores cumprem, esta quinta-feira, uma paralisação de 24 horas. Já partir de sexta-feira, e até 30 de Abril, a greve na IP e na CP será a partir da oitava hora de serviço.

Além disso, até ao final do mês, os trabalhadores cujo da CP cujo "período normal de trabalho abranja mais de três horas durante o período compreendido entre as 00h00 e as 05h00 entrarão em greve a partir da sétima hora de serviço". Já na IP, entre 10 e 30 de Abril, "os trabalhadores cujo período normal de trabalho abranja mais de três horas durante o período compreendido entre as 00h00 e as 05h00 entrarão em greve a partir da sétima hora de serviço".

Estas greves foram decretada por uma plataforma de sindicatos composta pela ASCEF Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária; o SINFB Sindicato Nacional dos Ferroviários Braçais e Afins; o SINFA Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários, das Infraestruturas e Afins; o FENTECOP Sindicato Nacional dos Transportes Comunicações e Obras Publicas; o SIOFA Sindicato Independente dos Operários Ferroviários e afins; a ASSIFECO Associação Sindical Independente dos Ferroviários de Carreira Comercial e os STF Serviços Técnicos Ferroviários.

Também o Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) acabou por anunciar uma nova greve na CP, durante todo o mês de Abril, face à "atitude de desconsideração" de que acusa a empresa.

Entre as reivindicações dos trabalhadores estão "aumentos salariais efectivos", a "valorização da carreira da tracção" e a melhoria das condições de trabalho nas cabines de condução e instalações sociais e das condições de segurança nas linhas e parques de resguardo do material motor.

É ainda reclamada uma "humanização das escalas de serviço, horas de refeição enquadradas e redução dos repousos fora da sede", um "efectivo protocolo de acompanhamento psicológico aos maquinistas em caso de colhida de pessoas na via e acidentes" e o "reconhecimento e valorização das exigências profissionais e de formação dos maquinistas pelo novo quadro legislativo".