Greve parou 91 comboios até ao meio-dia
03/04/2023 17:14 - Público

Greves na CP vão causar perturbações até ao final de Abril

Greve parou 91 comboios até ao meio-dia

As várias greves que estão a decorrer na CP levaram à supressão de 91 comboios de um total de 559 previstos (16,3%) para o período entre as 00h00 e as 12h00 desta segunda-feira.

De acordo com a informação disponibilizada pela empresa ferroviária, até ao meio-dia circularam 468 composições.

No longo curso, até às 08h00, os 12 comboios previstos circularam. Mas daí em diante e até à hora do almoço, a greve obrigou a suprimir dois comboios de um total de 31 previstos. Já no serviço regional, 39 comboios foram suprimidos de um total de 135 programados. Nos urbanos de Lisboa, de 270 comboios estimados foram suprimidos 36 e, no Porto, de 108 previstos não circularam dez. Nos urbanos de Coimbra, foram suprimidos quatro comboios em 15 previstos.

O Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (Smaq) convocou uma greve na CP, durante todo o mês de Abril, face à “atitude autista e de desconsideração” de que acusa a empresa.

Entre as reivindicações dos trabalhadores, estão “aumentos salariais efectivos” e a “valorização da carreira da tracção” e a melhoria das condições de trabalho nas cabinas de condução e instalações sociais e das condições de segurança nas linhas e parques de resguardo do material motor.

É também reclamada uma “humanização das escalas de serviço, horas de refeição enquadradas e redução dos repousos fora da sede”, um “efectivo protocolo de acompanhamento psicológico aos maquinistas em caso de colhida de pessoas na via e acidentes” e o “reconhecimento e valorização das exigências profissionais e de formação dos maquinistas pelo novo quadro legislativo”.

Esta paralisação, que não tem qualquer dia de paragem total, ainda assim está a causar perturbações, incidindo sobre períodos de trabalho superiores a sete horas e meia ou sobre o trabalho suplementar.

Por outro lado, vários sindicatos deram início a 28 de Março a novas greves no sector ferroviário, que abrangem a Infra-Estruturas de Portugal (IP) e a CP até ao final do mês, incluindo uma greve de 24 horas na próxima quinta-feira.

Segundo um comunicado de uma plataforma de sindicatos, com representatividade na CP e na IP, entre 28 de Março e terça-feira, haverá greve na IP das 00h00 às 02h00 e até 30 de Abril os sindicatos cumprem greve na IP e na CP a partir da oitava hora de serviço.

Além disso, até final do mês, “na CP, os trabalhadores cujo seu período normal de trabalho abranja mais de três horas durante o período compreendido entre as 0h e as 5h, entrarão em greve a partir da sétima hora de serviço” e, entre 10 e 30 de Abril, na IP, “os trabalhadores cujo seu período normal de trabalho abranja mais de três horas durante o período compreendido entre as 0h e as 5h, entrarão em greve a partir da sétima hora de serviço”.

No dia 6 de Abril, a greve será de 24 horas e, segundo os sindicatos, “caso não sejam decretados serviços mínimos, não se prevê a realização de comboios em Portugal”.

“A responsabilidade do impacto, quer financeiro quer social, que advenha destas formas de luta será da total responsabilidade do Governo, que ao não negociar com os sindicatos desconsidera os trabalhadores da IP e da CP e desrespeita os cidadãos portugueses que diariamente utilizam o transporte ferroviário”, lamentam.

Os sindicatos que compõem esta plataforma são a Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária (ASCEF); Sindicato Nacional dos Ferroviários Braçais e Afins (Sinfb); Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários, das Infra-Estruturas e Afins (Sinfa); Sindicato Nacional dos Transportes Comunicações e Obras Públicas (Fentecop), Sindicato Independente dos Operários Ferroviários e Afins (SIOFA); Associação Sindical Independente dos Ferroviários de Carreira Comercial (Assifeco) e Serviços Técnicos Ferroviários (STF).