Caos, pânico e reclamações: sobrelotação de comboio da CP causou transtornos em Lisboa
02/03/2023 08:47 - NIT

“Caos” foi a palavra utilizada por centenas de passageiros para descrever o cenário que se passou na noite desta quarta-feira, 1 de março, na linha de Sintra. Depois de um comboio da CP que circulava sobrelotado devido à greve estar parado mais de uma hora entre as estações de Sete Rio e Benfica, houve pessoas … Continued O conteúdo Caos, pânico e reclamações: sobrelotação de comboio da CP causou transtornos em Lisboa aparece primeiro em NiT.

Caos, pânico e reclamações: sobrelotação de comboio da CP causou transtornos em Lisboa

“Caos” foi a palavra utilizada por centenas de passageiros para descrever o cenário que se passou na noite desta quarta-feira, 1 de março, na linha de Sintra. Depois de um comboio da CP que circulava sobrelotado devido à greve estar parado mais de uma hora entre as estações de Sete Rio e Benfica, houve pessoas a forçar as portas e a saltar para a linha.

A interrupção da circulação aconteceu depois de ter sido acionado o travão de emergência, uma vez que haveria vários passageiros a sentirem-se mal devido à sobrelotação das carruagens. Às redes sociais, rapidamente, chegaram relatos do pânico que se terá gerado. Uma passageira teve mesmo de ser assistida e encaminhada para o Hospital de Santa Maria depois de ter tido um ataque de pânico.

Segundo a PSP, o incidente ocorreu ao final da tarde desta quarta-feira após alegadamente ter sido acionado o botão de emergência que imobilizou o comboio. O alerta foi dado pelas 20h20. Foram deslocados meios de socorro para o local, assim como 30 polícias.

A situação foi, entretanto, normalizada e a circulação retomada. Os passageiros terão sido transportados em dois comboios diferentes. Para travar o acesso à linha onde estava este comboio, foi mesmo usado um outro em sentido contrário.

Nos vídeos divulgados nas redes sociais, veem-se carruagens lotadas e várias pessoas a caminharem pela linha de caminho-de-ferro.

Em reação ao acidente, num comunicado enviado à Lusa e citado pelo jornal “Observador”, a CP assegurou ter dado início a uma avaliação interna. No mesmo documento revelou que entre a paragem da composição e a chamada dos bombeiros terá passado quase uma hora — o tempo que os passageiros dizem ter esperado até sair do transporte.

Segundo a mesma fonte, o comboio parou entre as estações de Campolide e Benfica, a cerca 700 metros da estação, e “circulava com a lotação completa”. O transporte estava previsto nos serviços mínimos decretados e circulava “com um atraso de 45 minutos em consequência do auxílio prestado a passageiros na viagem imediatamente anterior”.

A CP nota que, “enquanto o revisor seguia os procedimentos de segurança e se deslocava para a carruagem onde o sinal de alarme havia sido acionado, alguns passageiros abriam as portas das carruagens e saíram para a linha”. De acordo com a empresa, o agente da autoridade a bordo precisou de reforço de operacionais que, depois de chegarem ao local, removeram um painel de rede que limita o acesso à linha do comboio e encaminharam os passageiros para o passeio — fora da área onde é proibida a circulação de peões.

“Apesar deste incidente não ter causado dano físico grave nas pessoas a bordo, a CP lamenta a situação, pedindo desculpa aos passageiros afetados por todos os transtornos causados”, sublinhou ainda a CP na nota de imprensa, acrescentando que “foi iniciada uma avaliação interna”.

A greve dos funcionários da CP dura até à noite desta quinta-feira (2 de março). Até às 18 horas desta quarta-feira, 1 de maio, desde a meia-noite, tinham sido suprimidos em todo o país 748 comboios de um total de 985 que deviam ter circulado. A CP efetuou 239 viagens, cumprindo os serviços mínimos estabelecidos, o que corresponde a um nível de supressão de 75,7%. No serviço de longo curso, a CP suprimiu 43 comboios de 58 programados e no serviço regional não foram realizados 199 comboios de 261 estimados.

Nos urbanos de Lisboa, foram suprimidos 354 comboios de um total de 468 programados e no Porto não se realizaram 150 comboios em 198 estimados.

Os trabalhadores da CP deram início na segunda-feira (27 de fevereiro) a mais greves, com a transportadora a alertar para “fortes perturbações” até quinta-feira, num protesto pelo impasse nas negociações salariais que também envolve a Infraestruturas de Portugal (IP).

A greve foi convocada por vários sindicatos: SINFA, Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária (ASCEF), Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários (SINFB), Sindicato Independente dos Operacionais Ferroviários e Afins (SIOFA), Associação Sindical Independente dos Ferroviários de Carreira Comercial (ASSIFECO), Federação Nacional dos Transportes, Comunicações e Obras Públicas (FENTCOP), Serviços Técnicos Ferroviários (STF), STMEFE – Sindicato dos Trabalhadores do Metro e Ferroviários (STMEFE), Sinafe – Sindicato Nacional dos Ferroviários do Movimento e Afins, Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTF) e Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap).