Tribunal mexicano proíbe corte de árvores em troço de comboio turístico na Riviera Maya
08/02/2023 06:36 - Sapo 24
Um tribunal do México proibiu o corte de árvores no troço do comboio turístico "Tren Maya" que liga as zonas turísticas de Cancún e Tulum, região que atrai milhões de visitantes todos os anos.
Um juiz do estado do Iucatão, no leste do México, aceitou uma das ações judiciais apresentadas por organizações de proteção do meio ambiente, incluindo a Greenpeace, contra o “Tren Maya”, um projeto emblemático do Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador.
O “Tren Maya” terá uma extensão de mais de 1.500 quilómetros e a decisão de terça-feira diz respeito a um troço com 130 quilómetros, possivelmente o mais lucrativo, por atravessar a chamada Riviera Maya, onde existem cerca de 100 mil quartos de hotel.
O Fundo Nacional para o Desenvolvimento do Turismo (Fonatur), que está à frente do projeto, garantiu que o acórdão não afeta as operações em curso.
“De momento, não há mais corte de árvores. O trabalho continua. O estaleiro não está parado”, disse o porta-voz da Fonatur, Fernando Vázquez.
A suspensão do corte de árvores vai vigorar até que o tribunal decida sobre o mérito do recurso apresentado por ativistas ambientais.
A construção do troço do “Tren Maya” foi atrasada devido a alterações ao percurso e à descoberta de vestígios arqueológicos, de poços subterrâneos de água doce e de rios subaquáticos.
Em maio, um outro juiz suspendeu o projeto de 1.500 quilómetros, na sequência de vários recursos de organizações não-governamentais, que acusaram a ligação de violar normas ambientais. O governo interpôs recurso contra a suspensão.
Os trabalhos foram retomados em 13 de julho, depois do Governo ter classificado os grandes projetos de infraestruturas públicas como questões de “segurança nacional”.
López Obrador disse querer inaugurar o “Tren Maya” antes do fim do mandato, em 2024.
A adjudicação do primeiro lote desta infraestrutura ferroviária foi atribuída ao conglomerado português Mota-Engil, em parceria com a China Communications Construction, num contrato de cerca de 636 milhões de euros, de acordo com um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), em abril de 2020.