Apesar da mobilidade por entre a Linha do Minho ser um tema incontornável para os administradores regionais do Norte de Portugal e da Galiza, o tema da alta velocidade ferroviária Porto-Vigo não deverá conhecer novidades durante a próxima Cimeira Ibérica, que se realiza esta sexta-feira, no Centro Cultural de Viana do Castelo.

Esta quinta-feira, a CP – Comboios de Portugal anunciou o prolongamento de uma campanha experimental e excecional onde a compra de um bilhete para os comboios interregionais na Linha do Minho são válidos para as duas classes, estando agora a promoção em vigor até 31 de dezembro.

Em comunicado enviado à imprensa, a CP dá conta da intenção de que “os passageiros possam continuar a usufruir e experimentar os diferentes níveis de conforto e comodidades proporcionadas pelas renovadas carruagens Arco que, desde o passado dia 28 de julho, asseguram o serviço InterRegional da Linha do Minho”.

Cada uma destas composições é formada por três carruagens Arco, que oferecem 190 lugares sentados e um para pessoa com mobilidade reduzida, distribuídos por uma carruagem de 1.ª classe (56 lugares), de 2ª classe (80 lugares) e por uma carruagem bar (25 lugares). A composição dispõe ainda de espaço para acomodar oito bicicletas e 30 lugares.

O tema da alta velocidade a ligar Galiza e Portugal tem sido alvo de debate e insistência nas forças governativas das regiões. Do lado português, António Costa assegurou que a linha entre Porto e o Alto Minho ficará concluída até 2030, mas o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, alertou para um “atraso” do lado espanhol, que pode comprometer a ideia geral da obra, que é ligar Portugal à Galiza.

Segundo o ministro, é mais importante para o desenvolvimento económico do país ligar em alta velocidade Lisboa à Galiza, ao invés de Lisboa-Madrid, por ser na região Norte de Portugal e na região Sul da Galiza onde se encontra um dos maiores aglomerados de indústrias da Península Ibérica.

Por entre os autarcas dos distritos de Braga e Viana do Castelo, todos concordam com uma ligação ferroviária de Alta Velocidade, e todos concordam com a aproximação aos vizinhos galegos. Mas do lado de Madrid, que hoje foi acusado pela oposição nacionalista galega de privilegiar o “lóbi do Mediterrâneo” e não apostar na frente Atlântica, não parece haver grande interesse em discutir esse tema na Cimeira Ibérica, com as fontes espanholas a admitirem que esse tema não irá conhecer desenvolvimentos durante o encontro dos 18 ministros dos dois países.