Trabalhadores do Metro de Lisboa realizam plenários em novembro para definir novas lutas
27/10/2022 13:07 - Dinheiro Vivo

Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) indica que, após "o balanço da luta", foi decidido "continuá-la em novos moldes", que irá ainda discutir os trabalhadores.

Trabalhadores do Metro de Lisboa realizam plenários em novembro para definir novas lutas

Os sindicatos representativos dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa decidiram realizar novos plenários na primeira semana de novembro, para definir novas formas de luta, a concretizar no curto prazo.

Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa realizaram na terça-feira uma greve de 24 horas por melhores condições de trabalho e aumentos salariais, com a particularidade de terem sido decretados serviços mínimos de 25% da circulação pelo Tribunal Arbitral do CES.

Em comunicado, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) indica que se reuniu após a greve, para fazer "o balanço da luta", tendo decidido "continuá-la em novos moldes", que irá ainda discutir os trabalhadores.

Foi, assim, decidida a marcação de novos plenários a realizar na primeira semana de novembro, bem como a promoção de "um amplo debate sobre as formas de luta a levar à pratica num curto espaço de tempo".

Na mesma informação, as organizações sindicais saudaram os trabalhadores que "foram obrigados a cumprir os serviços mínimos decretados pelo CES [Conselho Económico e Social], bem como todos aqueles que cumpriram o seu período de greve, tal como decidido em plenário".

Os sindicatos agradecem também aos utentes "por não terem utilizado o Metropolitano de Lisboa, conscientes de que não estariam garantidas as normas de segurança, tal como os órgãos representativos dos trabalhadores informaram".

As organizações sindicais agradecem também à empresa por "ter negociado transportes alternativos, diminuindo substancialmente o fluxo de passageiros, minimizando assim os riscos de quedas, atropelamento pelo material circulante, eletrocussão".

Os sindicatos salientam que os recibos [de vencimento] que estão a ser distribuídos "apresentam um aumento, por ato de gestão, que é manifestamente insuficiente para todos", não deixando de lamentar que o Conselho de Administração "não tenha assumido esta matéria em tempo útil".

De acordo com a FECTRANS, existem várias matérias que os trabalhadores pretendem ainda discutir com a empresa, nomeadamente, "a vigência do Acordo de Empresa (AE), um aumento intercalar face ao aumento da inflação", além da "retirada imediata dos processos disciplinares com intenção de despedimento, completamente injustos e ilegais, a dois trabalhadores na greve de junho".

Os sindicatos apontam também como matéria a analisar "o pagamento imediato das variáveis (com caráter regular) nas férias e subsídio de férias" e "o direito à reforma das longas carreiras contributivas de acordo com o parecer emitido por um gabinete governamental".

"Na luta para defesa dos interesses e direitos dos trabalhadores, muitas vezes é necessário repensar, reagrupar e prosseguir com a convicção de que a vitória é sempre difícil, mas será nossa", refere a nota, lembrando que os sindicatos "não se demitirão das suas responsabilidades de direção da luta".

O Metropolitano de Lisboa transportou na terça-feira, dia da greve, cerca de 60% dos passageiros que diariamente transporta, anunciou a empresa.

Em comunicado, o Metropolitano de Lisboa avançou que, "pela primeira vez, garantiu os referidos serviços operacionais, tendo transportado cerca de 60% dos clientes que diariamente transporta (...), garantindo os padrões de mobilidade e segurança".

Nos últimos anos, sempre que o Tribunal Arbitral decretou serviços mínimos em dia de greve do metro, as estruturas sindicais suspenderam a paralisação por entenderem que não estão reunidas as condições de segurança para passageiros e trabalhadores.

A empresa referiu, na mesma nota, que o dia de terça-feira foi "especialmente complexo, no qual se incluiu a realização do jogo de futebol Benfica/Juventus, com o inerente acréscimo de procura em toda a rede do Metropolitano de Lisboa".