CP diz não ter recebido pedido para reunir por parte do sindicato dos revisores
23/06/2022 16:07 - Dinheiro Vivo

Greve do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante está a suprimir, nesta quinta-feira, a quase totalidade da circulação ferroviária a norte de Pombal.

CP diz não ter recebido pedido para reunir por parte do sindicato dos revisores

A CP - Comboios de Portugal adiantou esta quinta-feira não ter recebido qualquer pedido de reuniões para negociações por parte do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), que está em greve, indicou fonte oficial da transportadora à Lusa.

Na sequência da greve que está nesta quinta-feira a suprimir praticamente a totalidade da circulação ferroviária a norte de Pombal (distrito de Leiria), o dirigente do SFRCI António Lemos disse à Lusa que, "tanto da parte da empresa como da parte da tutela", a estrutura não estava a ter "'feedback' absolutamente algum" sobre as reivindicações do sindicato.

Questionada acerca das declarações de hoje do SFCRI, que representa revisores, trabalhadores de bilheteira e chefias intermédias, fonte oficial da CP indicou à Lusa não ter recebido nenhum pedido para reunião.

Todos os comboios urbanos do Porto e Coimbra foram suprimidos entre a meia-noite e as 8 horas desta quinta-feira, de acordo com a informação disponibilizada no 'site' das Infraestruturas de Portugal (IP), devido à greve dos revisores, situação que se repetiu nas horas seguintes.

O sindicato contesta a "diferença de tratamento" e "falta de equidade" face aos trabalhadores da antiga Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF), que foi integrada na CP.

"Valorizaram alguns colegas desses entre 200, 300 e 400 euros e, no nosso caso, estamos a falar de aumentos de oito euros a 12 euros", alegou o sindicalista, frisando não estar "contra valorizar e enquadrar" os colegas da EMEF.

No dia 13 de junho, a administração da CP esclareceu, em comunicado, que os trabalhadores da empresa tiveram um aumento salarial este ano decorrente da negociação do Acordo de Empresa (AE), mas também em 2018 e 2020, retroativo a janeiro de 2019.

A empresa negociou com todos os sindicatos um novo AE, que foi assinado pela "esmagadora maioria dos sindicatos", que tem "diversos benefícios para os trabalhadores", e decorrente do qual se fará o aumento salarial de 0,9% retroativo a janeiro, para todos os trabalhadores de sindicatos aderentes, explica-se na nota, acrescentando-se ser falso que o novo AE piore as condições de trabalho.

A transportadora referiu, também, "que o novo AE de 2022 é globalmente mais favorável do que o anterior AE, lamentando que o SFRCI coloque os seus filiados numa situação que os prejudica, impedindo-os de beneficiarem das vantagens decorrentes deste novo AE que foi assinado pela esmagadora maioria dos sindicatos".