CP já recuperou 57 unidades
29/05/2022 19:04 - Expresso

Há mais 40 a serem reabilitadas, entre locomotivas, carruagens e automotoras. Ainda há 18 alugadas à Renfe

CP já recuperou 57 unidades

A recuperação de material circulante da CP que estava posto de parte nas instalações da empresa, sem qualquer utilização, ainda está em curso, mas já tem resultados significativos visíveis sob a forma de 15 locomotivas, 33 carruagens e nove automotoras. Desde que, a 22 de março de 2019, foi apresentado ao Governo o plano para a revitalização do sector ferroviário, foram recuperadas 57 unidades e há mais 40 em recuperação.

As locomotivas estão a ser usadas nas Linhas do Norte, Minho, Beira Alta, Douro e no Entroncamento. Quanto às automotoras, estão nas Linhas de Sintra, Azambuja e Leste. Já as carruagens estão essencialmente na Linha do Douro, mas também na Linha da Beira Baixa. Há também quatro carruagens recuperadas que estão a ser usadas no Comboio Histórico do Vouga. E há ainda nove da série Arco já recuperadas que não estão a ser utilizadas porque aguardam certificação, um processo longo, que incidirá também sobre mais 27 carruagens Arco ainda em recuperação. Todas fazem parte de um pacote de 50 carruagens compradas em 2020 à Renfe, congénere espanhola da CP, por €1,6 milhões: além das 36 Arco já recuperadas e em recuperação, há ainda 14 carruagens espanholas convencionais que também serão intervencionadas.

No total, a CP tem mais 40 unidades em recuperação. Sete são automotoras para as Linhas de Sintra, Azambuja, Leste e Vouga e há 33 carruagens -além das 27 Arco compradas à Renfe, quatro irão para a Linha do Douro e duas para o Comboio Histórico do Vouga.

O presidente da CP, Pedro Moreira, disse recentemente que o investimento no material circulante que estava parado e foi posto ao serviço atingiu os €12 milhões. Se tivesse sido comprado material novo, o custo teria sido 10 vezes superior -€120 milhões. A empresa ferroviária também tem em utilização material circulante que foi alugado à Renfe. São neste momento 18 auto­ motoras diesel, mas já chegaram a ser 24. A CP refere que "foram devolvidas duas em 2020, duas em 2021 e duas em 2022" e que, atendendo a que "o aluguer de cada automotora tem um custo de €320 mil por ano", esta redução de 24 para 18" permitiu uma poupança de €1,9 milhões por ano. Até ao final de 2022, está prevista a devolução de mais duas a quatro automotoras à Renfe", acrescenta.

Comboios novos em 2025

Olhar para o material que estava parado sem qualquer utilidade foi a forma encontrada pela CP para responder à enorme procura de viagens verificada em 2018 e em 2019, em conjugação com o aluguer e a compra de comboios a Espanha, enquanto não chegam os novos que a empresa está a comprar. A CP tem 22 comboios encomendados à empresa suíça Stadler (12 automotoras bimodo e 10 elétricas), para as linhas regionais, prevendo-se a entrega da primeira unidade em 2025. "A fabricação demora, não há comboios em stock", explicou recentemente no Parlamento o ministro das Infraestruturas, quando confrontado pelos deputados com o tempo que demoram a chegar os comboios encomendados.

E tem agora em curso um outro concurso, lançado em dezembro de 2021, para a compra de mais 117 comboios, também para linhas regionais (55) e para os serviços urbanos de Lisboa e Porto (62). Pedro Nuno Santos disse na mesma ocasião, há duas semanas, esperar que este segundo concurso esteja concluído até ao final do ano e que os comboios comecem a chegar em 2026. O concurso está em fase de decisão final de admissão de candidaturas, sendo que houve seis concorrentes, incluindo alguns dos maiores grupos do sector.