Mais duas greves no Metro de Lisboa: sexta 28 de abril e quarta 4 de maio
28/04/2022 17:22 - Dinheiro Vivo

Não haverá metro nesses dias até, previsivelmente, às 9h30 da manhã. A empresa lamenta.

Mais duas greves no Metro de Lisboa: sexta 28 de abril e quarta 4 de maio

Os sindicatos que representam os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa (ML) apresentaram um pré-aviso de greve "para os próximos dias 29 de abril e 4 de maio entre as 5h00 e as 9h00", avança fonte oficial da empresa em comunicado.

Assim, o ML diz que prevê que o serviço de transporte "seja afetado no período determinado por estas greves", sendo de esperar que o serviço será reposto a partir das 9h30 dos respetivos dias afetados pelo protesto laboral.

Fonte oficial diz na mesma nota que "o Metropolitano de Lisboa agradece a compreensão dos seus clientes e lamenta os inconvenientes causados".

Desde o início deste ano, os sindicatos do ML já convocaram várias greves.

A 14 e 22 de abril, tendo o serviço ficado paralisado até às 10h00 da manhã de cada um desses dias.

A 11 e 18 de março ocorreram mais duas greves "parciais" que impossibilitaram a prestação do serviço público até às 9h30.

A reivindicação é antiga (remonta a 2018) e prende-se com a necessidade de melhoria de condições de trabalho, salariais, de organizacao dos horários. O protesto envolve cerca de 300 trabalhadores maquinistas, encarregados e inspetores de tração, segundo os sindicatos.

Os motivos dos trabalhadores

Citada pela Lusa, Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS), explicou que esta nova paralisação assenta nos mesmos motivos das duas greves parciais realizadas em março e nos passados dias 14 e 22 de abril.

Os motivos "são os mesmos". "Tem a ver com uma situação específica numa área da empresa que representa os trabalhadores maquinistas e os trabalhadores chefia do posto de comando central", relembrou a sindicalista.

A greve é um protesto contra "a situação desregrada quer de horários, quer de falta de trabalhadores e más condições de trabalho e, sobretudo, a grande prepotência por parte da direção que leva a que os trabalhadores estejam a atingir o limite de cansaço".

"[Os trabalhadores] não podem continuar desta forma porque não conseguem cumprir com aquilo que é a necessidade de um bom serviço público de transporte", salientou.

De acordo com Anabela Carvalheira, a administração da empresa já "tentou perceber quais os motivos" dos trabalhadores para a greve, mas, frisou, que não valerá a pena continuarem a dizer que estão a tentar perceber, pois trata-se de uma "situação que se arrasta desde 2018 e quais os são os motivos que estão implícitos".

"Para já não há nenhuma reunião prevista com a administração", disse a representante dos trabalhadores à agência noticiosa.

Ainda segundo a Lusa, "em janeiro, maquinistas e inspetores do Metropolitano de Lisboa enviaram um ofício ao conselho de administração da empresa com as reivindicações dos trabalhadores, não descartando novas formas de luta, como a greve, caso as suas pretensões não fossem atendidas".

"Na altura, deram um prazo de oito dias à empresa para que fosse dada uma resposta e apontadas soluções, sendo que há cerca de 300 pessoas no universo de trabalhadores maquinistas, encarregados e inspetores de tração", refere a Lusa.

(atualizado 17h45)